sábado, 28 de abril de 2012

Wilco - "The Whole Love" - 2011


"The Whole Love", último álbum do Wilco navega por diferentes correntes, é um álbum de sutilezas, belas melodias e bons ruídos, e, no meio deste caos aparente, o álbum faz sentido após algumas atentas (e prazerosas) escutadas. O álbum parece um "best of" da trajetória da banda, especialmente uma recapitulação de "Sky Blue Sky" (o tom de voz John Lennon, as viradas de bateria setentistas) mas com um "quê" de novo. 

A faixa de abertura, "Art of Almost" é uma música sofisticada e caótica, desconstruída como a arte da capa do álbum: começa com ruídos, entra um vocal introspectivo e retornam os (bem vindos) ruídos, que mostram ao mesmo tempo uma modernidade e um retorno ao rock distorcido dos anos 90. A seguinte, "I might", parece um rock dos anos sessenta com um banho moderno, de arranjos e ruidinhos: nesse sentido, dá pra notar que a maturidade da banda, que sabe fundir sons antigos e novos, criando um som com a cara da banda. "Sunloathe" aparece para matar saudades de quem gostou da etérea "Deeper down", e conta com detalhes sutis (sininhos, etc). Aliás, a faixa título do álbum combina estes detalhes de uma maneira muito bonita.



  "Dawned on me" e "Born Alone" são faixas para matar saudades do bom rock alternativo dos anos 90; a segunda, em especial, serve como uma boa homenagem ao Pixies. "Standing" é tão parecida com os sons do "blur-blur" que até o tom de voz de Tweedy faz lembrar Damon Albarn. Pra acrescentar um pouco de diversidade ao álbum, há ainda a charmosa, com tom "anos 30" "Capitol City".



Há também boas faixas de folk: da simples "Open Mind" e a tríade de baladas, pequenas obras primas do álbum: a bela "Black Moon", "Rising Red lung" (pra ouvir em dias nublados, descendo pra praia) e , pra fechar com chave de ouro, "One Sunday Morning" . Esta faixa é tão bonita que dá vontade de parar por aqui pra ficar com esse som na cabeça.;

Para os curiosos e fãs, há bons sons nas faixas bônus: a cover  "quase glam" "I Love my Label" , "Message from mid bar" (mais uma a la John Lennon na carreira solo ), e " a boa instrumental "Speak into the rose", que lembra Sonic Youth.

Disco Anterior: "Wilco - The Album"

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Noites frias de outuno ...

... Friozinho pede por um bom chocolate quente, cobertor, e, porque não, estúdio de madrugada, com uma iluminação intimista e um ambiente confortável? Diz aí  Foo Fighters, Pearl Jam, Wilco e Norah Jones?





 

Charlatans - "Impossible"

Essa raridade vem de um ábum chamado "Us and Us Only", pra mim, o melhor álbum de 1999. Um pouco de folk, de Rolling Stones, aqui vai uma jóia!

Wilco: Um belo showzinho intimista!

Uma jóia: Wilco toca algumas canções acústicas em um lugar que parece a casa de alguém: "Dawned on Me", "Whole Love", "Born Alone" (do próximo álbum que farei resenha, "Whole Love", do ano passado), e "War on war", do clássico Yankee Hotel Foxtrot (ainda farei uma resenha desse álbum)

 

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Wilco (Wilco) - 2009


O álbum homônimo do Wilco cumpre um papel difícil: o que entregar para os fãs depois de uma obra prima? A banda já tinha uma alternativa, quando lançou "A Ghost is Born"", álbum experimental que sucedeu a primeira obra prima da banda, "Yankee Hotel Foxtrot"(que recém completou 10 anos). Eles resolveram fazer diferente, e lançaram um ótimo álbum, muito a frente do que está por aí. Esta resenha é para um amigo que me fez ouvir a banda, após anos de leituras de críticas positivas em revistas de rock.


Wilco tocando a faixa título empolgadamente ao vivo, no ano de lançamento do álbum.

O álbum abre com a faixa título, um delicioso rock noventista que faz lembrar coisas do blur-blur(1997), que passa uma mensagem (irônica?) para quem vive um mal tempo, "Wilco You Love you Baby". Essa é uma das poucas faixas rock do álbum, o que não significa que não há rock no álbum: há bons trechos de distorções de guitarra aqui e acolá. A segunda faixa, "Deeper down" consegue ser leve e etérea, simples e sofisticada. Sublime. Daí, Jeff Tweedy parte para a sentimental "One Wing", que começa leve e vai crescendo. "Bull Black Nova" consegue ser sufocante e interessante como alguns sons do Radiohead, e coloca a banda no século XXI. A seguinte, um dueto pop com a cantora Feist, "You and I", é bastante familiar (tocou no rádio? não sei, não ouço) e faz lembrar os sons do 1. álbum solo do ex-guitarrista do Smashing Pumpkins.


Para quem gosta de folk, ouça a sessentista "Solitaire". Há também baladas setentistas ("You Never Know") e sessentistas ("I´ll fight"), que, junto com "Sonny Feeling" , uma canção com toques de country rock, aumentam o teor pop do disco. E, por fim, bonitas baladas melancólicas, "Country Disappeared", que fala dos EUA pós crise imobiliária, e a quase épica "Everlasting Everything", melancólica como algumas coisas do Smashing Pumpkins Precisa falar mais?


Disco anterior: "Sky Blue Sky"
Próximo disco: "The Whole Love"
Voltar para 100 dias com Wilco

terça-feira, 17 de abril de 2012

Se tivesse mais exemplos como esse no Rock nacional...

Muita gente diz que eu não gosto de rock nacional. É que eu acho que no rock nacional, quando as letras são boas, o instrumental é pobre, fraco, carece de capricho e criatividade. Taí um dos poucos exemplos que eu conheço que ainda me fazem ter esperança!


domingo, 15 de abril de 2012

Como um bom casaco velho

Hoje vim voltando do metrô pensando nisso. Descobrir um disco realmente bom, ou uma banda realmente boa é uma coisa e tanto. Quando você ouve um disco tantas vezes que sabe a ordem das músicas e se identifica com cada uma delas, como velhos amigos. Foi assim com tantos discos, com vários do Pearl Jam, com alguns discos especiais que ouvi nos anos 90 ("blur"-blur, "Urban hymns" do the verve, "Ok computer" do Radiohead, "Garbage" do Garbage e tantos outros). Um deles é tão especial que vai aparecer aqui no blog em uma resenha um pouco mais longa, pois esse merece. O disco acaba virando aquele casaco velho, confortável, que você tira do armário de vez em quando, quando está frio, para andar por aí. O vídeo abaixo é de uma música do álbum resenhado abaixo, que está se tornando um bom e velho casaco. Wilco, "You are my face".